segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Barmen pesqueirense radicado em São Paulo é destaque em revista

Veja esta matéria publicada no suplemento Revista JC, do Jornal do Commercio, desse domingo, em que um pesqueirense radicado em São Paulo é o personagem:
De Pesqueira para os coquetéis Com 20 anos e desempregado, Raimundo Viana largou a vida em Pesqueira e fez um trajeto clássico: migrou para São Paulo em busca de oportunidades. “Naquela época, tinha gente preconceituosa lá, dizendo que iria pagar a passagem de volta dos nordestinos”, diz ele que, muitos preconceitos e anos depois, se consolidou como um dos principais barmen da capital paulistana. Persistente, o ex- migrante contabiliza vitórias. Pessoais e profissionais. É todo sorrisos quando diz que o filho está prestes a se formar em direito. E também quando diz que está há anos no comando do bar do restaurante Dinho’s. Nesta conversa com Bruno Albertim, Raimundo conta, entre outras coisas, como fazer para obter um verdadeiro dry martini. JC – O que você mais sente falta de Pesqueira? RAIMUNDO VIANA – Além dos pais e dos familiares, alguns sabores. A cidade é pequena, não tem muito progresso, então não dá para voltar a morar. Sinto falta das compotas de doce caseiros. Minhas irmãs, todas elas faziam compotas e doces, de leite, de banana, de todas as frutas daí. Sinto falta da carne de bode, da carne de jabá. Aqui não existe galinha de capoeira, a autêntica galinha caipira, aqui o frango é de granja, sem o mesmo sabor. O cuscuz no café da manhã, também. Se procurar, a gente encontra a comida tradicional do Nordeste, mas não tem o mesmo gosto. JC – Como é que foi a decisão de ir para São Paulo? RAIMUNDO – Estava com mais de 20 anos e desempregado. Decidi que tinha que fugir, sonhava com o primeiro emprego. São Paulo é ainda a metrópole que atrai muita gente. Não só para ela como para as grandes cidades vizinhas. Vim, como se diz, na confiança de Deus. Tentei ser vendedor de livros, não deu certo. Meu irmão já trabalhava no ramo de restaurantes, era manobrista, e me apresentou ao pessoal ao Dinho’s. Comecei como estoquista, já que tinha trabalhado nas Casas José Araújo. JC – Como os coquetéis apareceram na sua vida? RAIMUNDO – Em 1982, fiz um curso de cerca de seis meses na Associação Brasileira de Barmen. Atrás do balcão, me encontrei. Nunca mais larguei a coquetelaria. JC – Qual o segredo do sucesso de um grande barman? RAIMUNDO – Coquetel é mistura, licores, sucos, destilados... No ramo, a criatividade é imprescindível. Se o cliente não está satisfeito com os drinques da carte, pode chegar ao barman e pedir para ele criar um coquetel na hora. JC – Qual é o drinque mais difícil de ser feito? RAIMUNDO – Por incrível que pareça, o dry martini. Muita gente faz e faz errado. Ele tem que estar na dosagem adequada. O ideal é uma parte de vermute seco para nove partes de gim. Há quem goste de colocar apenas algumas gotas no copo depois de gelado, descarta em seguida o vermute e acrescenta o gim para ele ficar o mais seco possível. Antes, passa o limão para aromatizar as bordas da taça, espeta a azeitona num twist de limão e está pronto o drinque. JC – Qualquer vermute funciona? RAIMUNDO – O vermute francês é muito melhor, pois é concentrado, e não precisa ser usado em quantidade, como é preciso com o vermute nacional. Com algumas gotas, ele já cumpre sua função: aromatizar o coquetel.J

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